Nascido 6 anos depois do lançamento histórico do primeiro computador pessoal da história, o Apple II em 1977, o paulistano Michel Krieger faz parte da hoje conhecida ‘geração digital’, que acompanha todo o processo de evolução dessa nova realidade dominada por computadores e sistemas virtuais de comunicação. Ele afirma que “hoje não há mais uma divisão clara entre o que é estar off-line ou on-line, sempre estamos on-line”.
Aos 18 anos foi estudar na Universidade Stanford, Estados Unidos, e aos 26 já se tornou figura reconhecida no mundo da tecnologia, e garante uma fortuna invejada por qualquer mortal, que beira a casa dos 500 milhões de dólares.
Vivendo atualmente no Vale do Silício, Califórnia, Michel é o jovem brasileiro co-fundador do Instagram, aplicativo idealizado prioritariamente para o iPhone, mas que se tornou uma rede social bastante popular, e conseqüentemente, bastante valiosa no mercado de ações.
O investimento inicial de Michel e Kevin Sysdrom (ex-Google e seu sócio no projeto) foi de 500.000 dólares, vindos de investidores. Com dois anos, já tinham 100.000 usuários, e hoje existem mais de 30 milhoes.
Tanto sucesso na rede, despertou a cobiça de Mark Zuckerberg - CEO do Facebook - ao ponto de arrematar seus direitos por singelos 1 bilhão de dólares. E embalado com a empolgação da aquisição, Mark afirma: “Estamos empenhados em desenvolver o Instagram de forma independente. Milhões de pessoas em todo o mundo adoram o aplicativo e a marca associada a ele, e nosso objetivo é ajudar a divulga-los para um número maior de pessoas”. Se com Michel o aplicativo alcançou tamanho sucesso, agora sob domínio do Mark não restará dúvidas de que teremos vida longa para o Instagram, não é?

Como surgiu a ideia do Instagram?
Kevin me convidou para trabalhar em uma ideia de rede social que agregaria várias ferramentas. Mas o protótipo não impressionava nossos amigos. Sentamos em uma sala e combinamos: “Não sairemos daqui até termos uma grande ideia”. Três horas depois, saímos com o modelo do Instagram.

Como chegaram ao que é hoje?
Ninguém tinha resolvido a questão do compartilhamento de fotos nas redes sociais ainda. Então, partimos daí. Toda sexta-feira, mandávamos o aplicativo para 40 amigos testarem. Fizemos isso todo o mês de agosto e lançamos em outubro de 2010.

Como foi olançamento?
No início, ficamos inseguros. Mas, no dia em que lançamos, todos os blogs americanos de tecnologia já deram artigos sobre o aplicativo e ao fim do dia tínhamos 20.000 usuários.

Como ganham dinheiro?
Nós acabamos de receber um investimento de 7 milhões de dólares. Portanto, ainda temos tempo para decidir qual será nosso modelo de negócio. Um formato interessante de ganhar dinheiro seria promover produtos e marcas dentro do aplicativo.

Quais são os próximos passos?
O principal é aumentar a equipe. Éramos apenas quatro nos primeiros anos do Instagram e nos dividimos entre o trabalho de engenharia e de suporte técnico. Acabamos de contratar um recrutador para encontrar mais engenheiros no mercado. Queremos ter, pelo menos, mais dez pessoas trabalhando conosco.

É muito difícil encontrar os profissionais certos para contratar?
A localização é ótima e tem gente qualificada. O problema é que está havendo um boom de investidores. Então, muita gente talentosa que nós contrataríamos não aceita a proposta porque conseguiu um investidor e está montando a própria empresa.

Você acredita em uma nova bolha da internet?
Tem, sim, um boom em investimentos no Vale do Silício. Muitos vem de pessoas que trabalharam em empresas que deram certo na última década, como o Google, e agora têm dinheiro disponível para investir. Sempre haverá empresas que dão certo e outras que fracassam. Acho que não estamos vivendo uma repetição da bolha do começo do século. Muitas companhias, naquela época, abriram IPO com valores iniciais absurdos. Mas até agora isso não está acontecendo.

Qual é o segredo para uma nova empresa dar certo na web?
No nosso caso, escolhemos bem nosso investidor. Aprendemos que vale mais quem está alinhado à missão do Instagram do quem está oferecendo somente mais dinheiro. Porque em um momento de crise ele continua acreditando na sua ideia e não desiste do negócio.

Qual o atrativo do Instagram para quem se interessa pela empresa?
É a oportunidade de ter um impacto enorme no crescimento de uma empresa que ainda está no início, mas que já tem muitos admiradores.


Por Alex Andrade

Fonte: Veja.com;Você S/A.

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